Tendências digitais no setor imobiliário até 2025

Os avanços tecnológicos não estão apenas a redefinir a forma como as propriedades são construídas, comercializadas e geridas, mas também como os participantes do mercado respondem às complexidades globais e às exigências dos consumidores modernos. Aqui estão as dez principais tendências que irão remodelar o cenário imobiliário este ano.

1. IA generativa, além do protótipo: A inteligência artificial generativa (Gen AI) está a estabelecer-se como uma ferramenta essencial na conceituação e design de projetos imobiliários. Estas soluções permitem não só a criação de renderizações e plantas numa questão de segundos, mas também a simulação de diferentes cenários de ocupação e utilização do espaço em tempo real, reduzindo drasticamente os tempos de desenvolvimento e promovendo melhores decisões para clientes e promotores. De acordo com estudos recentes, a adoção de IA generativa no projeto arquitetónico pode reduzir os tempos de desenvolvimento em 40%. Permite ainda o desenho automatizado de espaços modulares para coworking adaptados às necessidades dos utilizadores em tempo real.
2. Agentes inteligentes, a automação total do ciclo de vida: Os agentes de IA são programas de software projetados para executar tarefas de forma autónoma, semelhante a como um humano as faria, aceder a sistemas críticos e agir de forma totalmente independente. Isto cria novos desafios para as empresas, pois os agentes tornam-se mais do que apenas ferramentas e assumem o papel de colaboradores altamente precisos. Por sua vez, esses agentes estão a evoluir para se tornarem verdadeiros gestores de processos do início ao fim, substituindo qualquer tipo de intervenção humana e remodelando fluxos de trabalho e processos de toma de decisões. 2025 já foi chamado o ano dos agentes de IA.
3. Gémeos digitais, além da simulação: A adoção da impressão 3D e 4D na construção redefine custos e promove a sustentabilidade. Num futuro próximo, materiais inteligentes que se adaptam ao meio ambiente tornar-se-ão uma realidade, melhorando a resiliência dos edifícios e otimizando a sua manutenção. Estas inovações vão potenciar a eficiência em termos de tempo e recursos, respondendo às exigências de um mercado cada vez mais consciente da sua pegada ecológica. Estima-se que a impressão 3D seja capaz de reduzir os custos em até 35% e os tempos de execução em 50%. Um exemplo recente é a construção de moradias populares em áreas urbanas densas, usando impressão 3D para estruturas básicas em menos de 24 horas.
4. Realidade estendida, imersão total nas compras: As soluções de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) tornar-se-ão cada vez mais acessíveis, superando as limitações de hardware e conectividade. Isso proporcionará experiências de tour virtual hiper-realistas, combinadas com configurações interativas, permitindo que os compradores avaliem as propriedades em detalhe sem a necessidade de viajar fisicamente ou até mesmo antes da sua conclusão. O uso de VR/AR pode aumentar as taxas de fecho de negócios em 30%, oferecendo experiências mais imersivas.
5. Blockchain para transparência e segurança nas transações: Além de fornecer segurança nas transações, a tokenização de ativos através de blockchain facilita o investimento fracionário, abrindo as portas para que investidores de retalho participem em projetos de alto valor. Essa modalidade proporciona transparência, agiliza processos e incentiva a diversificação de portfólio, contribuindo para a estabilidade e abertura do setor. O Blockchain tem vindo a emergir como a tecnologia padrão para proteger transações imobiliárias há anos. Não apenas reduzindo fraude, mas também permitindo que escrituras e contratos sejam processados em questão de minutos.
6. Governança e privacidade de dados para maximizar o potencial da IA: A digitalização progressiva da indústria requer uma abordagem rigorosa para a governança de dados. As ferramentas de Governança de Dados permitem que informações de alto valor sejam extraídas, limpas, ordenadas e modeladas, sempre em conformidade com os regulamentos de proteção de dados e privacidade, cada vez mais exigentes em escala global. A gestão eficiente de dados está a tornar-se num pilar fundamental para as empresas imobiliárias. Aqueles que implementarem estratégias de longo alcance serão os que poderão obter o maior impacto futuro da exploração desses extensos conjuntos de informação, tanto externos como internos.
7. Cibersegurança como eixo estratégico: As empresas estão a passar da experimentação para a implementação em larga escala, o que significa que estão a investir não apenas na tecnologia, mas também nos ecossistemas necessários para a apoiar, com riscos potenciais aumentados. A segurança cibernética tornou-se num pilar fundamental para salvaguardar a infraestrutura e proteger as informações confidenciais de usuários e proprietários. Com o aumento de dados digitalizados e transações em tempo real, as ameaças cibernéticas são uma preocupação crescente. Investir em segurança cibernética será fundamental para proteger informação confidencial dos clientes e garantir a continuidade operacional. Tecnologias baseadas em inteligência artificial podem identificar e mitigar ameaças em tempo real, garantindo a segurança dos dados e da infraestrutura, em ambientes Cloud e On-premise.
8. Foco em critérios ESG: A transformação para edifícios inteligentes é acelerada por tecnologias IoT e sistemas energeticamente eficientes. Propriedades projetadas para serem sustentáveis são mais atraentes e a adoção de soluções tecnológicas para reduzir emissões, otimizar o consumo de recursos e promover a eficiência é um requisito inevitável para cumprir as regulamentações existentes e atender às expectativas de investidores e consumidores. Um exemplo são os edifícios residenciais que ajustam dinamicamente o ar condicionado de acordo com os padrões de uso ou o incipiente mercado de habitação verde, que incorpora tecnologias para reduzir o consumo de energia e minimizar o impacto ambiental. Essas construções não respondem apenas às preocupações ambientais, mas também oferecem benefícios económicos de longo prazo, como custos operacionais reduzidos e aumento do valor de mercado.
9. Multimodalidade em tempo real: Melhorias na interação multimodal de vídeo e voz estão a transformar a experiência do cliente no setor imobiliário. Estes modelos conseguem gerir vários formatos (imagem, vídeo, áudio, voz,...) permitindo que os clientes comuniquem em tempo real, fazendo perguntas e recebendo respostas imediatas. Este avanço possibilita que chatbots mais sofisticados forneçam um melhor atendimento ao cliente nas interações diárias, como agendamento de visitas, resposta a consultas e fornecimento de informações personalizadas em tempo real, libertando assim profissionais para se concentrarem em atividades estratégicas e de maior valor acrescentado.
10. IA física: robôs humanóides em ação: Há algum tempo que vemos como as grandes empresas de tecnologia estão a posicionar-se neste setor, tornando os robôs humanos cada vez mais leves, inteligentes, com maior capacidade de movimento e aprendizagem. Além de serem cada vez mais eficientes, o seu custo está a ser reduzido para que possam ter uma ótima entrada no mercado. Veremos esta nova tecnologia a ser progressivamente implementada em áreas do nosso dia-a-dia e em setores como a construção, para utilização na manutenção ou mão de obra, em áreas de atendimento ao cliente, e até nas nossas casas para apoiar tarefas que exigem precisão e repetições contínuas.

Em suma, em 2025 o setor imobiliário caminha para um ponto de inflexão impulsionado pela convergência de múltiplas tecnologias. A chave para líderes e empresas está em antecipar e aproveitar os benefícios de cada uma dessas inovações, transformando os modelos de negócios e as experiências dos clientes. Apenas aqueles que abraçarem decisivamente essas tendências serão capazes de liderar num mercado cada vez mais competitivo e em constante evolução.